Meus avós paternos, Sr. Toyomatsu Kurimori e Sr.ª Haru Kurimori, chegaram ao Brasil, acompanhados de seus cinco filhos, no dia 2 de junho de 1933, provenientes do Japão, no navio Montevideo Maru. Desembarcaram no Porto de Santos, uma das principais portas de entrada para os imigrantes japoneses no país. Papai, Nobuo Kurimori, veio da cidade de Wakimoto Shi de Akitaken, com doze anos de idade, e mamãe, Shige Okazaki, veio de Osaka, com 8 anos de idade, com seus pais Tetsuji Okazaki e Shimo Okazaki e 4 irmãos.
Felizmente, herdamos uma cultura sólida e forte, o que nos proporcionou uma trajetória de vida edificante, sempre atenta aos valores da nossa cultura e sempre respeitando os princípios ocidentais. Minha mãe, Sr.ª Ana Shige Okazaki Kurimori, era uma mulher dedicada aos filhos, e em todo o tempo apoiou o papai, realizando atividades diárias, tanto domésticas quanto profissionais. Papai, carinhosamente apelidado de “José” Nobuo Kurimori, trabalhava nas lavouras de arroz e praticava atletismo, sendo esportista, pintor de quadros e amante do karaokê.
Dentro de casa, minha mãe nos dizia que precisávamos estudar, porque o nosso futuro e o de nossas famílias se daria por meio do estudo, tanto é que todos nós, os quatro irmãos – Newton, Nelson, Nélio e Neusa –, formamo-nos médicos pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM), conhecida hoje como Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Em 1983, acompanhado pelo Dr. Bozola, viemos conhecer Campo Grande, e eu queria aproveitar a viagem para também rever alguns amigos de formatura: Dr. Ronaldo, Dra. Fátima e Dr. Geraldo, todos residiam em Dourados.
No retorno para São José do Rio Preto, já em Nova Alvorada do Sul, pedi dinheiro emprestado ao Dr. Bozola e disse que iria ao encontro dos meus amigos; entrei em uma “jardineira” e consegui chegar a Dourados, onde eu não conhecia absolutamente nada, mas pensei comigo que o melhor lugar para procurar meus amigos médicos, Dr. Ronaldo, Dra. Fátima e Dr. Geraldo, seria em um hospital.
Um taxista me levou até o hospital Santa Rita, ali conheci a Sra. Salete Forgiarini, ouvidora do hospital até os dias atuais; ela me conduziu ao encontro do Dr. Ronaldo, que ficou surpreso e bastante animado ao me ver. Mostrou-me a cidade e enfatizou que em Dourados havia dezessete agências bancárias; também observou que “onde tem banco tem dinheiro”. Demos uma volta no Portal e na região do colégio Imaculada; percebi que não havia muita coisa ainda, mas o Dr. Ronaldo disse que era uma janela de oportunidades.
Voltei para São José do Rio Preto e convidei o Dr. Chaem para vir conhecer Dourados. Na época eu estava solteiro, no auge dos meus trinta e um anos. Dr. Chaem concordou, e nós viemos para cá, no Ford Maverick V8, andamos muito e conseguimos chegar aqui. Dr. Chaem não ficou muito tempo na cidade; eu, contudo, percebia que Dourados seria um polo de serviços médicos onde haveria muita oportunidade de trabalho, até porque a capital do estado era distante. Naquela época eu tinha certeza de que o curso de medicina ainda chegaria a Dourados.
No início de 1984, instalei-me em Dourados. Em 1986, eu já estava trabalhando em todos os hospitais da cidade, principalmente no hospital Evangélico, onde conheci Márcia Toshiko Natsumeda, a nutricionista, nascida em 23 de julho de 1962, que, em 4 de julho de 1987, tornou-se minha esposa. Nós tivemos quatro filhos: a Helena Yuri Kurimori, o Kleber Tetsuo Kurimori, a Erika Tiemi Kurimori e, para nossa doce surpresa, depois de um intervalo generoso de tempo (treze anos), tivemos a sorte de conceber nossa filha, Luciana Yukie Kurimori.
Helena se formou médica Oftalmologista, especialista em retina pela Santa Casa São Paulo; Kleber é especialista em Cirurgia Plástica, especialista em cirurgias Crânio- maxilo- facial; é casado com a Dr.ª Lais Braga, especialista em Ginecologia obstetrícia e Uroginecologia. Ambos são formados, graduados pela USP/SP. Minha filha Erika é Ortodontista, formada pelo Centrinho Bauru (Unesp); a caçula, Luciana, é atualmente acadêmica de Fonoaudiologia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Recentemente, meus filhos Dra. Helena e Dr. Kleber, juntamente com minha nora, Dra. Laís e sua mãe Simone, voltaram a Dourados para dar continuidade ao nosso legado, expandindo os serviços da nossa clínica para além da cirurgia plástica. Hoje, contamos com especialidades em cirurgia plástica, oftalmologia, ginecologia, obstetrícia e psicologia, consolidando a clínica como um centro de referência na cidade. Ver essa evolução, com a chegada da nova geração de médicos, é um imenso orgulho para mim e para minha esposa Márcia, pois reflete não só o crescimento da nossa família, mas também o compromisso que sempre tivemos com a excelência no cuidado dos nossos pacientes. Acreditamos que a verdadeira realização está em proporcionar um atendimento humano e de qualidade, deixando um impacto positivo na vida de cada pessoa que confiou e confia no nosso trabalho. Nosso foco sempre foi tratar cada paciente com respeito, empatia e ética, valores que seguimos cultivando e que nortearão o futuro da nossa clínica.
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